Antônio Fernandes, 59 anos, é gari. O trabalho dele é zelar pela limpeza de um dos espaços mais bonitos de Belém, a praça Batista Campos. Um trabalho especial, que Antônio desenvolve há mais de 12 anos. Ele faz parte da equipe fixa da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) responsável pela varrição e limpeza geral do espaço. Limpeza que nesta terça-feira, 14, ganhou um capricho a mais, pois a praça completa 113 anos de história.
“É muito bom trabalhar aqui. Tenho um carinho especial por essa praça. Eu gosto do que faço, e gosto de zelar por esse espaço. Desejo que a vida da praça Batista Campos se prolongue por muitos anos. Ela está de parabéns”, disse Antônio.
Para comemorar o aniversário da praça – que já foi eleita a mais bonita do Brasil pelo “Prêmio 100 Mais”, em 2005, e foi tombada pelo Município em 1983 -, a Associação Amigos da Praça Batista Campos ofereceu, nesta terça-feira, 14, um café da manhã para os frequentadores do local e se prepara para no próximo domingo, 19, lançar o livro “Praça Batista Campos – Simplesmente Bela”, que traz um registro da transformação do espaço ao longo dos anos. O lançamento do livro está marcado para as 10h, na praça.
A vice-presidente da Associação, Francisca Oliveira, 58 anos, explica que o grupo busca desenvolver um trabalho em parceria com o poder público para auxiliar na manutenção e preservação do espaço. “Nós nos unimos com o intuito de preservar a praça, para conscientizar os frequentadores sobre a importância de manter a praça mais limpa e bem cuidada. A ideia é somar forças com o poder público, pois essa é uma das praças mais bonitas do país e faz parte da história da população”, afirmou.
Atualmente, quem frequenta a praça Batista Campos também encontra um espaço bem mais seguro. A Prefeitura Municipal de Belém implantou um posto 24h, com dois guardas por turno e rondas periódicas. “Teve revitalização um tempo atrás e a praça melhorou muito, a segurança melhorou. Podemos vir aqui e tomar nossa água de coco, conversar com os amigos, já faz parte da nossa rotina”, conta o fiscal da Estação das Docas Armando Monteiro, 44 anos, que tem o hábito de ir à praça ao menos três vezes por semana, juntamente com a esposa Margareth Monteiro, economista, de 49 anos.
“Pra mim é a praça mais bonita de Belém. E a população precisa desse espaço porque nem sempre temos condições de pagar por espaços de lazer. Aqui tem muita programação, shows, então gosto muito”, disse Margareth Monteiro.
E, não é só para quem mora próximo à praça Batista Campos que o local se tornou parte da rotina diária. A aposentada Maria Catarina Cardoso, 67 anos, mora em Canudos e faz questão de acordar todos os dias às 5h30, tomar seu café da manhã e se dirigir para o local.
“Têm várias praças perto da minha casa, mas eu gosto mais dessa aqui. Então, faço questão de vir pra cá todos os dias. A praça Batista Campos é muito bonita, é segura, e gosto de me exercitar aqui, caminhar, tomar uma água de coco”, destacou.
Tradição – As barraquinhas de vendas de água de coco são tradicionais na praça Batista Campos. Os frequentadores do espaço contam com 23 pontos de vendas, que são ordenados e fiscalizados pela Secretaria Municipal de Economia (Secon).
Um reposicionamento das barracas foi realizado no mês de agosto de 2016 pela Secon, com o apoio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), a fim de implantar uma nova via de acesso aos ciclistas, no lado esquerdo da rua dos Mundurucus.
Como parte do projeto de expansão das ciclofaixas, os vendedores de coco que exerciam as atividades no perímetro da rua dos Mundurucus foram remanejados pela Prefeitura de Belém para outros pontos situados ao redor da praça, garantindo-se, assim, as vendas dos trabalhadores informais, que já fazem parte da história do logradouro.
Texto: Kennya Corrêa
Foto: Oswaldo Forte
Coordenadoria de Comunicação Social (COMUS)