Um dos principais itens do almoço do Círio de Nazaré, o pato, vai poder ser adquirido na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém.
Quem garante é a Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Economia (Secon), que na manhã desta quinta-feira, 8, distribuiu, na sede da Agência Distrital de Mosqueiro, cerca de 600 patos a 80 famílias da ilha. Os moradores já formavam uma fila, desde cedo, para garantir o recebimento de sete aves – seis fêmeas e um macho -, por família, além de 1,5 kg de ração e nutrientes.
De acordo com o titular da Secon, Rosivaldo Batista, a ação faz parte do programa de criação de patos. Ele explica que a iniciativa visa estimular a geração de renda às famílias e a economia local, e ainda mobilizar as comunidades para comercialização da ave no mercado de Belém, visando ao Círio do ano que vem.
Consumo – Segundo o secretário, quase 250 mil patos são consumidos em Belém durante o domingo do Círio. Ele assegurou que fora de época, um pato pode ser encontrado, nas feiras, pelo valor de R$ 35,00, e por mais de R$ 50,00, no período da quadra nazarena.
“Na época do Círio, ocorre a importação de aves de estados como Maranhão e Santa Catarina. Com este programa lançado em Mosqueiro, queremos envolver as famílias e orientá-las a criar o animal, a fim de estimular a criação de uma fonte de abastecimento”, destacou o titular da Secon.
As ilhas de Cotijuba, Outeiro e do Combu devem ser as próximas a receber as ações do programa da Secon, que em Mosqueiro contou com o apoio da agência distrital. Antes de receberem as aves, os participantes passaram por uma capacitação e receberam a visita de técnicos da Secon. “É importante dizer que esse trabalho não se iniciou hoje, mas sim há três meses, quando foi realizado um treinamento”, relatou Benedito Cavalléro, agente distrital de Mosqueiro.
Orientações – Até o final da manhã, os funcionários da Secon já haviam distribuídos 460 patos a 60 famílias. No momento da entrega, os beneficiados assinavam um termo de compromisso e recebiam uma cartilha com orientações sobre diversos temas relacionados à criação, dentre eles, temas como reprodução, escolha da raça, equipamentos, construção de abrigos e alimentação das aves.
“Minha mãe tem um sítio no bairro de Carananduba. Muita gente não pode comprar o pato, e receber os animais com ração e vitamina é muito bom”, afirmou Aldo Santos, de 33 anos.
Após receber os patos, Elenita Alves, de 48 anos, já fazia planos. “Achei interessante. Recebi a visita da Secon e agora vou cuidar para reproduzir os animais e assim ajudar na cadeia produtiva”, destacou a moradora do Furo das Marinhas.
Distância não foi problema para a altamirense Josefa Sena, de 45 anos. A jovem senhora levou, de bicicleta, os patinhos para casa, localizada às proximidades do portal de Mosqueiro, situado na rodovia PA 391. “Vou criar ‘direitinho’, tenho uma criação de galinhas, que já são vendidas. A ideia é fazer os patos procriarem”, assegurou a moradora da comunidade Chico Mendes.
Texto: Sérgio Chêne.