Pesquisa – Venda de ingredientes para os pratos do almoço do Círio cresce nas feiras municipais

Durante o mês de outubro Belém vive a festividade do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Nesta época de manifestações religiosas, a culinária típica da época, em especial o pato no tucupi e a maniçoba, ganha destaque na mesa do paraense. Os ingredientes para esses pratos são facilmente encontrados nas feiras municipais. Para acompanhar a evolução dos preços dos produtos, a Prefeitura de Belém, através Secretaria Municipal de Economia (Secon), colocou à disposição dos consumidores, nesta quinta-feira, 21, a pesquisa que revela a média de valores praticada nos principais centros de abastecimentos da capital.

As feiras pesquisadas neste mês de setembro foram a do Complexo do Ver-o-Peso, a Feira da 25 de Setembro, a da Tavares Bastos e as dos bairros do Jurunas, do Guamá e da Pedreira. Segundo o diretor do Departamento de Apoio à Produção da Secon, o economista Roberto Alcântara, “se levou em consideração para o critério da escolha das feiras aquelas mais procuradas, tanto pela população local quanto pelas pessoas que visitam a cidade nesse período”.

O casal de turistas de Salvador (BA) Maria da Glória e Geraldo Mesquita chegou esta semana em Belém e se encantou com a variedade de produtos encontrados no Complexo do Ver-o-Peso. “Nossa maior curiosidade era visitar essa feira. Queremos conhecer cada produto e o setor de vendas do pato e do tucupi, que já tivemos a oportunidade de experimentar em um restaurante regional e achamos uma delícia”, revela a turista.

Para o preparo do pato no tucupi, o estudo realizado pela Secon neste mês de setembro, nas feiras municipais de Belém, identificou os seguintes preços médios: o pato vivo foi vendido a R$ 32,33 o quilo, o tucupi a R$ 6,02 o litro, o jambu a R$ 1,92 o maço, a chicória a R$ 1,72 o maço e a alfavaca R$ 2,02 o maço.

O feirante Lucivaldo Tobias comercializa patos há 30 anos no Ver-o-Peso. Ele diz que em meses comuns vende uma média de 70 animais e com a chegada do Círio a comercialização chega a 200 unidades por mês. “O segredo é saber negociar, deixo a escolha do pato ao freguês e na hora de negociar a gente dá um jeito de sair bom para os dois lados”, explica o feirante.

O tucupi é outro ingrediente bastante procurado pelos consumidores, e no Ver-o-Peso o produto é vendido fresquinho, com a mandioca beneficiada artesanalmente na própria feira. A vendedora Maria de Nazaré já é uma especialista em tucupi e dá a dica: “Fora da geladeira ele pode durar até três dias, já dentro da geladeira fica por volta de três meses. Agora, se quiser congelar o tucupi, ele pode durar anos”. Ainda segundo a permissionária, a comercialização diária do produto, que em dias comuns chega a 150 litros, nas proximidades do Círio fica volta por 1.000 litros por dia.

A freguesa Enésia Moreira Dias não perdeu tempo. Além do tucupi e do jambu para o pato, ela também já está adquirindo os ingredientes da maniçoba. “Acabei de comprar a maniva, que já está no ponto de preparo. Assim economizo no tempo e também no gás. Também procuro comprar sempre bem antes das comemorações, pois assim posso olhar com calma e achar o melhor valor”, observa a consumidora.

Para a elaboração da maniçoba, os preços médios registrados por quilo dos produtos pesquisados pela Secon nas feiras municipais foram: a maniva crua sai a R$ 4,83, a maniva pré-cozida a R$ 5,95, o toucinho branco a R$ 15,72, o bacon a R$ 19,45, o charque a R$ 22,83, o chouriço a R$ 20,26, o pé de porco a R$ 13,77, o paio a R$ 20,39, o lombo de porco a R$ 17,13 e o bucho bovino a R$ 7,38.

Com base na pesquisa, a Secon calcula que o valor total para o preparo do pato no tucupi, para 20 pessoas, pode variar entre R$ 139,80 e R$ 201,94, entre as feiras pesquisadas. Já para o preparo da maniçoba, o valor total com todos os ingredientes, também para 20 pessoas, foi estimado entre R$ 154,40 e R$ 214,75. “Concluímos que as feiras municipais estão sendo uma ótima opção para quem deseja garantir o almoço do Círio, mas é importante também que o consumidor sempre busque o melhor preço e saiba negociar diretamente com vendedor”, observa o diretor Roberto Alcântara.

Por Roberta Corrêa