Feirantes do Complexo do Jurunas recebem financiamento para construção de boxes

Uma importante história de gratidão entre gerações que já dura mais de 50 anos. É assim que o feirante Edwaldo Araújo, de 58 anos, define a intensa relação entre a família dele e o Complexo do Jurunas. Para quem trabalhou a vida toda na feira, a melhoria dos serviços é muito importante.

O dinheiro a que Edwaldo se refere é um valor de R$ 2 mil liberado na tarde desta terça-feira, 17, como linha de crédito, pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria de Economia (Secon) e Fundo Ver-o-Sol, para 24 feirantes que solicitaram o apoio da Prefeitura.

“A feira é tudo pra mim. É minha fonte de renda, é de onde eu tiro o meu sustento e o da minha família. Com esse dinheiro eu vou ampliar a barraca e fazer uma coisa bonita, para que os meus fregueses gostem e possam ter uma melhoria de compras. Vai melhorar 100%, não só pra mim, mas para os meus fregueses também”, afirmou Edwaldo, que trabalha no Complexo do Jurunas há 40 anos.

Microcrédito – A quantia será utilizada para estruturar as barracas provisórias que serão utilizadas pelos feirantes até a entrega da obra de revitalização do Complexo do Jurunas, que atualmente tem cerca de 400 feirantes trabalhando no local. A obra começou em julho deste ano e tem um prazo de entrega de 12 meses.

O microcrédito é uma linha de financiamento para os iniciantes em pequenos negócios e pequenos empreendedores. Há 22 anos, a Prefeitura trabalha com essa linha. Os feirantes do Complexo do Jurunas estão sendo contemplados com o serviço, que, para o secretário municipal de Economia, Rosivaldo Batista, é uma forma de melhoria para todos.

“É um esforço muito grande da Prefeitura de Belém, visando à conclusão de uma obra importante como o Complexo do Jurunas. Esse empréstimo vai ajudar a que, em um curto espaço de tempo, a obra esteja concluída. Isso torna a feira mais agradável, pois cada um fazendo o seu espaço melhor, vai atrair mais clientes beneficiando a todos que estão naquele espaço”, disse o secretário.

Capacitação – Rosivaldo citou ainda a criação de uma série de cursos profissionalizantes para os feirantes. “Vamos criar cursos de manipulação de alimentos, de técnicas de comercialização, marketing, entre outros. Temos que pensar também na criação de uma associação, ou seja, o curso vai capacitar os feirantes, para que a associação, juntamente com a Secon, possa administrar o espaço”, completou.

Os contratos foram assinados e o dinheiro foi liberado de maneira imediata. O pagamento dessa linha de crédito será feito em 12 parcelas, com dois meses de carência, com juros viáveis para todos.

“São 24 feirantes que estavam dentro do Complexo do Jurunas. A Prefeitura vai realizar uma grande obra orçada em R$ 13 milhões e eles vão precisar sair do complexo para a obra seja realizada. Os feirantes vão ficar em uma feira provisória, e nós estamos dando apoio a eles com essa linha de crédito, para ajudar na construção dos boxes”, informou Kadmiel da Costa, coordenador geral do Fundo Ver-o-Sol.

A senhora Hiracilda Martins tem 82 anos, já perdeu as contas de há quantos anos faz parte da história do Complexo e foi a primeira dos 24 feirantes a assinar o contrato da linha de crédito. História viva e que sabe da importância desse dinheiro.

“Esse dinheiro é importante para eu sair da antiga feira e fazer uma nova barriquinha, para eu colocar minha mercadoria e poder vender. A intenção é melhorar as vendas”, contou dona Hiracilda.

O crédito vai funcionar como um estímulo para que os recursos sejam movimentados, por meio dos empreendimentos dos feirantes, estimulando a economia da cidade e incentivando a geração de renda.

Texto: Andrey Araújo