Depois de trabalhar por 15 anos como recepcionista, e se deparar com o desemprego, Hellen Santa Rosa, resolveu inovar. Por meio da reciclagem de jornais, a artesã produz e vende cestas, porta-retratos, vasos e demais artigos de decoração na feira “Ver-a-Arte”, no mercado de Carne Francisco Bolonha. Para aprimorar essa produção e conseguir novos clientes, a empreendedora participou na tarde de quinta-feira, 19, da palestra “Economia Criativa e seus Impactos no Mercado de Trabalho”.
A palestra, promovida pela Prefeitura Municipal de Belém (PMB), por meio da Secretaria Municipal de Economia (Secon), foi realizada no auditório da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), e contou com a participação de empreendedores criativos, artesãos e demais trabalhadores formais e informais de Belém.
Potencial – Para o professor, escritor e consultor econômico que proferiu a palestra, Luiz Carlos Machado, a capital paraense possui um grande potencial para o desenvolvimento da economia criativa. “Esse potencial pode ser notado, tanto pela arquitetura da cidade, quanto pelo título concedido pela Unesco a Belém como Cidade Criativa da Gastronomia, como também pelos eventos com repercussões nacionais e internacionais, a exemplo do Círio de Nazaré”, destacou o consultor.
Ainda segundo o economista, os trabalhadores devem ter um olhar criativo para aproveitar essas peculiaridades específicas para assim gerar emprego e renda.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Mercado informal de Belém, Raimundo Raulino de Seixas, destacou que o centro comercial é o local onde se concentra a maior parte dos empreendedores em expansão, com cerca de 1.200 trabalhadores. “No centro comercial, você encontra vendedores de roupas, artesanatos, eletrônicos e até gastronomia regional. Por isso, acho importante esse incentivo da Prefeitura em nos proporcionar esses ensinamentos sobre o setor”, disse Raimundo.
Incentivo – Um ponto de destaque, apresentado pelo titular da Secon, Rosivaldo Batista, foi o incentivo do poder público para impulsionar o segmento criativo, por meio de cursos de aperfeiçoamento profissional e linhas de créditos para a expansão dos negócios.
“A Prefeitura de Belém tem feito bem esse papel, com foco nos cursos contínuos de capacitação, na Sala do Empreendedor da Secon, para artesãos, feirantes, vendedores de comidas típicas e demais trabalhadores formais e informais de Belém. E há, ainda, a oferta de financiamentos pelo Fundo Ver-o-Sol com juros abaixo do mercado, para aperfeiçoar os negócios”, detalhou o secretário.
Ver-a-Arte – O programa Ver-a-Arte é outro projeto da PMB, viabilizado por meio da Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel), com apoio da Secon, que tem incentivado cerca de 100 trabalhadoras criativas que produzem e comercializam seus produtos.
Na primeira sexta-feira e sábado de cada mês, no Mercado de Carne Francisco Bolonha, artesanatos com crochês, sandálias, semijoias e outros artigos produzidos por essas mulheres, a partir de material reciclável, são expostos e comercializados.
Segundo a responsável geral pela Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel), Noeme Barbosa, o projeto Ver-a-Arte alia a socialização e reestruturação de mulheres, com a promoção da renda dessas trabalhadoras.